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Autotransformação e Família

Adenáuer Novaes • ago. 28, 2022

Autotransformação e Família

A autotransformação é o processo de retomada da própria vida. Dentre os campos onde podemos experienciar e verificar se já conquistamos algumas habilidades em nosso processo de transformação pessoal, a Família é um dos mais ricos e necessários. Vamos conferir.


A Autotransformação ocorre quando nos dispomos a pôr em prova o que somos e verificando se o que acreditamos já ter conquistado pode ser posto em prática. Nessa fase do processo de crescimento pessoal, descobre-se se os valores alicerçados nas experiências vividas de fato funcionam e se são consistentes na personalidade.


Os campos de prova em que podemos verificar se já adquirimos consistentemente tais virtudes se situam no ambiente da família originária e da gerada, nos grupos sociais de que fazemos parte, no ambiente profissional, nas relações amorosas e nas relações com os sistemas de controle da sociedade.


A família, nessa fase, deve ser vista como um campo de processos de aprendizagem, em que os sentimentos são devidamente experimentados e o resultante da experiência relacional, analisado e internalizado. Estar em família necessariamente não é estar casado, pois uma pessoa solteira, ou mesmo que viva maritalmente, tendo ou não filhos, poderá constituir sua família a partir da teia de relações que construa. Família é o grupo social que elegemos afetivamente como referencial.


O mais importante é reconhecer o significado de estar numa família, consanguínea ou não, visto que isso representa uma certa segurança psicológica, possibilitando, ao indivíduo o aprendizado de elementos básicos das leis de Deus. No contato com os membros da família que se elege, está-se permutando, conscientemente ou não, ideias e emoções para a formação de importantes referenciais psíquicos.


Manter, preservar, alimentar, nutrir, prover, promover, impulsionar o crescimento, valorizar, amparar, fortalecer e ampliar os laços, cuidar, são atitudes importantes diante da família. Nesse particular, quanto aos cuidados, deve-se perceber o lugar que nela ocupa, o que determinará sua função, bem como obrigações e respectivos deveres.


A história da humanidade revela que a família surgiu nos primórdios da civilização, sendo uma aquisição que caracterizou sua evolução. Por um tempo o sobrenome de família representou poder e discriminação. Hoje se caminha para a extensão do conceito e da percepção do que seja esse agrupamento de espíritos, no qual o ser humano está reconhecendo que faz parte de uma grande família habitando um mesmo espaço. As fronteiras estão se diluindo e as culturas se miscigenando, ampliando seus laços, caminhando para o reconhecimento da família espiritual ou universal.


Nessa fase, deve-se buscar resolver os antigos conflitos de família, eliminando os ressentimentos e disputas característicos quando não se está em busca de realização pessoal e coletiva. As brigas entre irmãos, pais e parentes devem dar lugar à possibilidade de entendimento, sobretudo através da renúncia e desapego quando se tratar de bens materiais. Na ocorrência de mal-entendidos ou de manifestações de vaidade ou orgulho, deve-se buscar a ressignificação dos episódios utilizando-se do perdão e da humildade. Esses conflitos, quando não resolvidos, varam encarnações, ampliando a gama de dificuldades a vencer e atrasando a marcha evolutiva do Espírito.


Estar livre para escolher uma nova família consanguínea dependerá da solução desses conflitos, bem como da não constituição de novos vínculos psicológicos de dependência e dominação. O amor deve sempre vigorar em todas as relações do indivíduo com o próximo, com a natureza, consigo mesmo e com Deus.


Às vezes, só valorizamos as pessoas e percebemos nossos reais sentimentos em relação a elas quando nos distanciamos do seu convívio. Experimente imaginar a ausência de cada membro da família e perceba como seria sem ele. Talvez, dessa forma, possamos avaliar o papel de cada pessoa em nossa vida e o nosso na delas. Nessa fase, não se deve ser um “peso morto” na família, ao contrário, contribuir para sua manutenção, equilíbrio e para a felicidade do grupo.


Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Psicologia e Espiritualidade..

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Chegamos ao final desta série. Analise-se, busque compreender como você tem vivido em cada uma das dimensões. Isto vai levar você ao seu desenvolvimento. Na dimensão psicológica , inclui-se a forma como se lida com os processos psíquicos, com os medos, frustrações, projeções, complexos e tudo que diga respeito à forma de perceber o mundo interno e externo. Deve-se perguntar se já conseguiu eliminar os medos infantis ou se ainda os conserva latentes. Deve-se também perceber se ainda alimenta sonhos que não são mais possíveis realizar, tornando-se frustrações que impedem prosseguir e olhar o futuro de forma mais realista. Deve-se verificar se ainda projeta, nos outros, os defeitos e qualidades que possui, o que impede uma visão real da personalidade das pessoas; se abriga, consciente ou inconscientemente, complexos de inferioridade ou superioridade, de culpa, materno ou paterno, os quais ainda direcionam inconscientemente as atitudes perante a Vida. É nessa dimensão que se deve verificar como anda a “cabeça” e como consegue entender a própria vida mental. Ser resolvido nessa dimensão é estar sempre com a consciência tranquila, fazendo constantes introspecções e autoanálises, ficando de bem com a Vida, disposto a enfrentar os desafios e dificuldades inerentes ao viver. Na dimensão religiosa , deve-se verificar como anda a relação com a caridade, de que forma exterioriza a própria fé e como lida com o sagrado e com Deus. De que modo estabelece relação com as forças superiores da Natureza. Deve-se verificar se ainda se submete à fé cega que se apoia em dogmas arcaicos ou se busca uma relação que leve à percepção da existência da divindade em si mesmo. Nesta dimensão é que se busca, pela caridade, estabelecer um contato com o deus existente em si e no próximo. Deve-se também avaliar se professa uma religião autêntica, sem os preconceitos e medos característicos do religiosismo tradicional, ou se ainda se relaciona com Deus como foi ensinado culturalmente. Estar resolvido nesta dimensão é conseguir viver sua própria religiosidade, respeitando a alheia, buscando através da oração sincera um contato mais íntimo com Deus, confiar na providência divina e buscar colaborar com Ele para Sua obra, deixando de ser um eterno pedinte. Na dimensão espiritual , deve-se avaliar o grau de intimidade com a essência espiritual, verdadeira natureza da criatura humana. Nessa dimensão é que se põem em prática os potenciais, oriundos do Espírito. Nela é que se entra em contato com outros Espíritos, portanto, é onde se exerce a mediunidade. Deve-se também perceber se utiliza práticas meditativas na vida cotidiana, se é afeito à autopercepção, à identificação da própria singularidade. Estar resolvido nesta dimensão é não mais fazer distinção entre seus objetivos materiais e espirituais, isto é, perceber-se Espírito enquanto no corpo físico, vendo a Vida como única e eterna. A autoanálise diária pode auxiliar a percepção do próprio comportamento nas diversas dimensões. Rever, após cada dia, os fatos importantes que se absorvem e como reage a eles amplia aquela percepção e permite o conhecimento de quais dimensões prioriza ou negligencia na própria conduta. A realização total de todas essas dimensões deve ser cultivada como ideal de vida, estímulo permanente de crescimento, sem gerar ansiedade decorrente do imediatismo em querer evoluir instantaneamente. Estar harmonizado em cada uma dessas dimensões também pode significar a coragem de enxergar-se em toda a sua singularidade e ser paciente com seu próprio ritmo de desenvolvimento espiritual. Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Psicologia e Espiritualidade.
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