Força Interior
Adenáuer Novaes • 20 de junho de 2021
Força Interior

Vou iniciar esta postagem com uma afirmação importante para você: há uma força que vem de dentro da alma humana que se confunde com ela mesma.
Você já sabia disso, claro! Mas vamos falar mais sobre isto?
Esta força diz respeito a um poder que faz a alma humana realizar a própria existência. A saga humana se constitui na materialização dessa grande força interior que a impulsiona em direção àquilo que a criou. Essa força, além de inesgotável é comum a todos os seres humanos, sendo fonte constante de poder e criatividade.
Então, vamos mergulhar em reflexões acerca da sua força interior!
Nada é mais poderoso do que essa energia que impulsiona você à criatividade e a manifestar sua essência na natureza à sua volta. O ser humano é um ser criativo e exclusivamente transformador. Suas ações atestam sua necessidade de criar e desenvolver-se através de construções materiais e de experiências em processos subjetivos. Sua natureza espiritual é ansiosamente buscada como se fora seu último destino, sua íntima essência. É essa força que o leva ao encontro do Si-Mesmo e à conexão última com Deus.
Essa força interior é algo colocado no íntimo do ser humano pelo seu Criador. Algo que só pode ser visto pelas suas conseqüências e que obriga o ser humano a viver em busca de experiências transformadoras. Essa força é uma espécie de imagem de Deus (Imago Dei), que é representada pelos rituais e expressões religiosas de todos os tipos e em todas as culturas, ao longo da evolução humana. A marca de Deus no ser humano o impulsiona à realização de sua própria essência, graças a essa força interior.
Há uma Imago Dei (Imagem de Deus) no fundo obscuro do inconsciente de cada ser humano, independente da consciência de sua existência. Parte constituinte de sua estrutura psíquica, ali foi instituída pela própria geração divina, a fim de que servisse de modelo nas buscas da alma pela sua essência. O ser humano incessantemente, por força dessa Imago Dei, vem exteriorizando, ao longo de sua história, através dos rituais, das religiões e manifestações do sagrado, pálidas representações simbólicas, no intuito de entender-se. Seu desejo de entender-se é maior do que sua curiosidade a respeito do mundo externo.
Essa energia impulsionadora encaminha o Espírito na direção de Deus, num encantamento sublime. O ser espiritual anseia por esse divino encontro, enamorado pelos convites a ele dirigidos. Parece que a divindade, propositadamente, torna esse encontro um mistério ansiosamente desejado.
Indo além dos limites racionais impostos pelas experiências da vida, conectando-se à amorosidade que permeia a Natureza, em suas várias expressões, consegue-se sentir a presença divina em tudo que nos cerca. É pelos fios invisíveis do amor à vida e pela consciência de pertencimento à obra de Deus que se alcança o Si-Mesmo. É necessário transcender as polaridades da razão e da emoção, para alcançar-se a conectividade com o Criador da vida.
Sua Imago Dei o leva a projetar no mundo, fora de seu íntimo, o que entende ser Deus. Ela o leva para fora a fim de se encontrar consigo mesmo. As coisas e experiências com as quais se conecta são elementos simbólicos, representativos de seu mundo interno e da Imago Dei.
O ser humano precisa “levantar-se”. Perceber a força que integra a intimidade de seu ser, como sendo sua verdadeira alma. Dar-se conta de si mesmo, assumindo a construção do destino que a si mesmo pertence. Olhar à sua volta e sentir-se componente de um grande concerto cósmico, junto àqueles que renteiam consigo no dia-a-dia. Deve suavizar sua expressão em comunhão e sincronicidade com a marca divina que pulsa interiormente em seu ser. É fundamental descarregar o fardo do sofrimento constituído ao longo do caminho da vida, pois a leveza e a determinação são estados íntimos necessários durante a jornada.
É importante que o ser humano perceba o quanto a Terra é generosa e abundante quando semeamos pacientemente. A semente a ser plantada para a futura colheita é a da própria individualidade, que florescerá como uma grande árvore com o melhor de si mesmo. Preocupar-se demasiadamente com os revezes da vida, valorizando sobremaneira os fracassos e derrotas, sem extrair lições das experiências vividas é o mesmo que acreditar num paraíso beatífico. A caminhada humana é como uma árvore cheia de galhos nos quais as folhas e frutos que se prendem, simbolizam cada experiência vivida.
A Terra, vista à distância, é apenas uma morada, circunscrita pela dimensão espiritual à sua volta. Não perceber esta dimensão torna-a uma prisão àqueles que não vêem além da vida material. Estes se digladiam por conta da materialidade em que vivem e sem entender os convites de Deus para participar da Vida.
O ser humano não deve se preocupar com o mal, que não é senão um outro nome para aquilo que lhe é obscuro e desconhecido. Deve sentir a vida como uma sinfonia, cuja harmonia é de sua autoria. Sua força interior é Deus que se realiza, cabendo-lhe utilizá-la em cada ato, seja interno ou externo, de seu viver. Cada ser humano deve revelar-se à semelhança de Deus, que o constituiu.
Cada um deve sempre tornar-se o que é em essência, realizando conscientemente seu ser, compreendendo que seu mito é uma representação de seu momento evolutivo.
E então? Você já conhece a sua força interior. Sinta Deus. Realize-se.
Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Mito Pessoal e Destino Humano.
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