Simples questões filosóficas
Adenáuer Novaes • 12 de julho de 2021
Simples questões filosóficas

Algumas vezes somos levados a refletir sobre a finalidade da nossa existência. Ou, de onde viemos e para onde vamos... são questões que instigam a humanidade desde os filósofos antigos.
Mesmo que se responda “o que sou?”, “de onde vim?” e “para onde vou?”, ficará sempre a pergunta “para que existo?”. As respostas plausíveis e lógicas são: sou um espírito eterno em evolução, vim do mais primitivo ser criado por Deus e vou para a perfeição. Outras respostas complementares podem ser dadas, as quais acrescentarão esclarecimentos maiores, mas o vazio sempre vai existir. Sempre nos perguntaremos para que tudo isso?
Respostas simplórias podem ser dadas, mas nem sempre suficientes à mente indagadora do ser humano. Os sistemas por ele criados são insuficientes para respostas mais completas. A dualidade psíquica é um limite muito grande e uma barreira poderosa ao estabelecimento de raciocínios e paradigmas para uma nova compreensão da vida.
Enquanto não alcanço essa compreensão, enquanto não chego ao entendimento da finalidade da vida nem do “para que existo”, vou amando e perseguindo o que considero mais nobre. Vou tentando me tornar: um comigo mesmo, amoroso com os outros e dotado de sabedoria para viver.
Vivo porque amo, amo porque sinto, sinto porque sou, sou porque Deus é. Levo sempre dentro de mim a certeza íntima e inabalável da companhia de Deus, pois Ele é meu alfa e meu ômega.
Nenhuma filosofia e nenhum argumento poderão valer mais do que a ideia de se buscar a felicidade pessoal e coletiva. Tudo que for construído e pensado no sentido de levar o ser humano a se afastar de sua natureza espiritual é falho. Essa natureza passa pelo sentimento de amor a si e ao próximo.
O que tenho, o que sei, o que consigo, o que sinto, o que penso e o que faço, nunca serão maiores do que a vida de um outro ser humano. Tudo deve concorrer para a felicidade e a paz entre as pessoas, pois a finalidade de minha existência passa pela minha relação com pessoas.
Uma questão importante sobressai quando me vejo diante de outro ser humano e pergunto-me: – o que é amá-lo? – Será o respeito, o carinho, a compreensão, a empatia, a caridade ou algo que transcende cada um destes pontos e sua soma? É o amor um exclusivo e específico sentimento? Sinto em mim que a resposta me levará à compreensão do “para que existo” e isso está muito distante da possibilidade de ser descrito em palavras.
Muitas vezes me questiono se Deus é uma construção necessária para justificar-me e se essa não é a própria natureza Dele. Chego a pensar que Ele é o meu próprio pensar e sentir, e que é assim que Ele se manifesta. Nenhum desses pensamentos me afasta do mundo nem me tira o sentido de realidade. Conforta-me pensar daquela forma e isso não me aliena do mundo nem das responsabilidades materiais e espirituais que assumi. Cada vez que assim penso, me aproximo mais de mim mesmo e de meu próximo.
Questiono-me como consegui não perceber antes a beleza da vida sem entender qual sua finalidade. Vejo-me sábio e ignorante ao mesmo tempo, quando percebo a vida e a mim mesmo.
Vivo por um ideal. O ideal de ser eu mesmo, de ser útil, de ser amoroso e de ser feliz. Cada questionamento que levanto promove uma aproximação maior de meus próprios ideais. Sinto Deus em mim e O “vejo” em cada ser humano.
Quando questiono a natureza de Deus, fixo-me em querer entendê-Lo, afastando-me do mundo e das pessoas. Quando olho para mim mesmo e para meu próximo, tentando entender-me e compreender meu semelhante, sinto-me mais conectado a Deus. É como se Ele me quisesse mais intimo e conectado comigo mesmo e mais unido e vinculado a meu semelhante.
Para saber mais sobre este e demais assuntos tratados por Adenáuer Novaes, veja as obras publicadas pelo autor. Este conteúdo foi extraído do livro: Filosofia e Espiritualidade.
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